quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dedos da mão



Há dias em que queremos matar, matar tudo o que respira, tudo o que transpira vida, tudo o que é sorriso, tudo o que é alegria. Tudo a nossa frente, tudo o que se move, tudo o que sobe, tudo o que alegra e também o que padece. Tudo o que comove, tudo o que consome nosso sono e nosso olhar, nossos medos, nossas alegrias. A ira e a desesperança querem arrastar tudo em um imenso dilúvio a sua frente.

Há dias em que queremos morrer, morrer mil mortes, morrer e levar junto tudo o que não temos, tudo o que queremos, tudo o que vemos . Morrer infinitamente, morrer sempre, em todos os lugares e em todos os momentos. Essa é a morte da tristeza, da entrega e do abandono.

Há dias ambiguos dentro de nossa natureza ambigua, nesses dias queremos matar mas também queremos morrer, até termos a satisfação que nada restou, tudo se dizimou, se consumiu, voltou ao pó, só então podemos morrer e descansar em paz.

Há pequenos dias de alegrias: o sorriso de alguém que se ama ou mesmo que se gosta, uma palavra, um olhar, uma companhia, um carinho, esses dias contamos nos dedos de uma mão.

domingo, 15 de agosto de 2010

Nossa Senhora da Gloria





Grande sinal apareceu no céu: uma mulher que tem o sol por manto, a lua sob os pés, e uma coroa de doze estrelas na cabeça" (cf. Ap 12,1).
Meus queridos irmãos,

Admirável alegria a festa que neste domingo, exatamente o domingo dia 15 de agosto, estamos celebrando: A ASSUNÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, NOSSA MÃE E SENHORA.

Nesta festividade se recorda a presença admirável da Virgem Maria na vida dos fiéis católicos, que em Nossa Senhora veem, ao mesmo tempo, a glória da Santa Igreja e a prefiguração de sua própria glorificação. A festa tem uma íntima dimensão de solidariedade dos fiéis com aquela que é a primeira e a Mãe dos fiéis cristãos. Daí a facilidade com que se aplica a Santíssima Virgem o texto de Apocalipse 12, conforme nos exorta a Primeira Leitura, originariamente uma descrição do povo de Deus, que deu à luz o Salvador e depois refugiou-se no deserto (a Igreja perseguida do primeiro século) até a vitória final do Cristo. Assim o Livro do Apocalipse (cf. Ap 11,19a;12,1-6a.10ab) nos apresenta o sinal da Mulher – Aparece no céu a Mulher que gera o Messias; as doze estrelas indicam quem ela é: o povo das doze tribos, Israel, mas não só o Israel antigo, do qual nasce Jesus; é também o novo Israel, a Igreja, que deve esconder-se da perseguição, no primeiro século depois de Cristo, até que, no fim glorioso, Cristo Ressuscitado possa revelar-se em plenitude. Maria assunta ao Céu sintetiza em si, por assim dizer, todas as qualidades deste povo prenhe de Deus, aguardando a revelação de Sua glória.


O momento da Anunciação de Nossa Senhora, que significa para nós católicos que a Virgem Maria é conduzida por Deus, de corpo e alma, para junto de seu Filho amantíssimo, na glória celeste, é cantado e celebrado com grandes galas pelo povo cristão, sendo para nós um santo mistério, o mistério da Encarnação de Deus.


Esta festa é considerada festa da nova criação. Isso porque, com a vinda do Filho de Deus em carne humana, Jesus se tornou a primeira de todas as criaturas, a cabeça de todos os seres vivos e n'Ele todas as criaturas foram regeneradas. A primeira criação ficou marcada pela desobediência. A segunda criação, por conseguinte, ficou marcada por um forte "sim" obediencial.


A morte nos veio por Eva, e a vida nos veio pela Santíssima Virgem Maria. Sim, a Anunciação celebra o início da nova criação, da nova vida, vida que ultrapassa o tempo da velha criação e jorra para dentro da eternidade de Deus.


O Altíssimo pediu a Maria o seu consentimento para que concebesse o Seu Filho Jesus. Nossa Senhora, assim, com seu FIAT, com o seu SIM, se tornou a Mãe do Doador da Vida, Aquele que é a Vida, e não apenas uma vida temporal, mas a vida eterna, as alegrias sem fim.

E a Virgem Maria deu o seu decidido "sim", tornando-se não só um instrumento passivo de Deus, mas também cooperadora do mistério da salvação. Maria Santíssima, a servidora, que sob seu Filho e com seu Filho, de toda a nova humanidade, é chamada à comunhão eterna com Deus.


Em Maria, o Todo-poderoso tem espaço para operar maravilhas. Em compensação, os que estão cheios de si mesmo não O deixam agir e, por isso, são despedidos de mãos vazias, pelo menos no que diz respeito às coisas d'Ele. O Filho de Maria coloca na sombra os poderosos deste mundo, pois enquanto estes oprimem, ela salva de verdade.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Questão de fé


Que o suceder de nossa vida não seja apenas um aglomerado, um passar de dias ociosos, fulteis, vazios de significado.
Que cada hora de nossa vida seja o agradecimento da oportunidade que nos está sendo dáda.
Não importa a situação que ocupemos nesta vida na Terra: O grande executivo, o simples operário, a criatura humilde que passa despercebida de todos.Temos o nosso papel de importancia máxima no desenrolar da vida.

Não usemos a palavra como punhal para ferir, retalhar e destruir corações, causando magoas, odios e resentimentos.Que a nossa palavra seja o balsamo para aliviar a opressão, a tristeza, a escuridão que tantas vezes oprime os corações.

Quem ama ...



Quem ama nada exige.
Perdoa sem traçar condições.
Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.
Renuncia com alegria ao que mais deseja.
Não espera reconhecimento.
Serve sem cansaço.
Apaga-te para que outros brilhem.
Silencia as aflições, ocultando
as próprias lágrimas.
Retribui o mal com o bem.
É sempre o mesmo em qualquer situação.
Vive para ser útil aos semelhantes.
Agradece a cruz que leva sobre os ombros.
Fala esclarecendo e ouve compreendendo.
Crê na Verdade e procura ser justo.
Quem ama, qual o samaritano anônimo
da parábola do Mestre,
levanta os caídos da estrada,
balsamiza-lhes as chagas, abraça-os
fraternalmente e segue adiante...


Chico Xavier

terça-feira, 3 de agosto de 2010

É a vida!




Quantas vezes nós pensamos em desistir,
deixar de lado, o ideal e os sonhos;
Quantas vezes batemos em retirada,
com o coração amargurado pela injustiça;
Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade,
sem ter com quem dividir;
Quantas vezes sentimos solidão,
mesmo cercado de pessoas;
Quantas vezes falamos, sem sermos notados;
Quantas vezes lutamos por uma causa perdida;
Quantas vezes voltamos para casa com
a sensação de derrota;
Quanta vezes aquela lágrima, teima em cair,
justamente na hora em que precisamos
parecer fortes;
Quantas vezes pedimos a DEUS
um pouco de força,
um pouco de luz;
E a resposta vem, seja lá como for,
um sorriso, um olhar cúmplice,
um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor;
E a gente insiste;
Insiste em prosseguir, em acreditar,
em transformar, em dividir,
em estar, em ser;
E DEUS insiste em nos abençoar,
em nos mostrar o caminho:
Aquele mais difícil,
mais complicado, mais bonito.
E a gente insiste em seguir,
por que temos uma missão...

SER FELIZ...